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Foram 30 anos sem te ver

Vi teu rosto, pela primeira vez, em uma quinta-feira à noite Foi rápido. Uns cinco segundos. Seis meses depois, te vi em uma fila de banco. E foi só. Foram 30 anos sem te ver. Nunca esqueci teu rosto. Tornou-se uma lenda cerebral. Uma visão inglória. Um presente perdido no espaço. Uma espécie de salvação nesses tempos noturnos. Até hoje. Hoje eu acordei e esqueci teu rosto. Deu-me um vazio sufocante. Dormi de novo. Acordei ainda desmemoriado e assim fiquei. Ando na rua buscando traços faciais. Contornos capilares, tons oculares. Algo que te traga de volta. Algo que me leve de volta. Ao que nunca veio

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