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Três sonhos

Hoje eu tive um sonho. E depois tive outro. No segundo sonho, sonhei que estava acordando do sonho anterior. Acordava, no segundo sonho, analisando o que tinha antes sonhado. Pensava no significado daquele sonho. A imagem foi se apagando e enfim acordei. Mas acordei sem a certeza se já era vida ou seu ainda estava sonhando, pensando sobre a ilusão de meu falso despertar. Eis que vinha um possível terceiro sonho. Neste eu analisava o segundo sonho, no qual eu acordava analisando o primeiro. Sem certeza, resolvi apostar que ainda sonhava, pois eu pensava demais. O tempo me permitia pensar. Se eu tivesse acordado, o telefone tocaria, o trabalho me apressaria, um estômago vazio atiçaria meus sentidos ou minha rinite alérgica se manifestaria, como em todas as manhãs. Poderia eu, então, estar vivendo um sonho tridimensional? Talvez... Mas também poderia este terceiro sonho estar mais próximo a realidade! Afinal, ele constatava os dois sonhos anteriores como devaneios da mente. Estava eu acordado? Comecei a achar que, neste terceiro sonho, enfim, estava vivendo a realidade. Passeava pela casa, ainda de pijama. A cama desarrumada, a luz aconchegante da manhã, o jornal no chão. Tudo denotava o começo de um novo dia. Mas algo não se encaixava. Eu pensava demais... A imagem foi se apagando e enfim acordei. Mas acordei sem saber se já era vida ou se ainda estava sonhando.

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